sexta-feira, 23 de julho de 2010

.Presente e Futuro.

Era uma menina que adorava ler.
Thatiana não pensava em garotos, maquiagem ou baladas, sequer arranjava ânimo para sair de casa.
Seus 18 anos nada lhe pareciam, senão anos jogados fora.
Sabia que deveria sair, se alegrar, fazer amigos, namorar.
Sabia o que queria no futuro, e não era um casamento, filhos e um belo marido..
Era uma profissão, a qual ela pudesse dedicar toda a sua vida ajudando os outros.
Thatiana sabia que estava exagerando ao fixar-se naquilo com tanta força.
Esquecera de viver o presente, pensando no futuro.
Thatiana?!..

segunda-feira, 31 de maio de 2010

.-.

Tudo muda o tempo todo, no mundo.
Tudo muda o tempo todo, na minha vida.
Eu não sei o que exatamente estou querendo.
Estou tentado me encontrar, e acho que me perdi.
Criatividade zero.
Mil coisas pra estudar.
Mil coisas em que pensar.

Acho que vou ali, e não volto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

.O menino que não era nada.

E era mais um dia de verão.. Tadeu estava ali, parado a porta.
Pensava se deveria ou não entrar. A sua volta crianças brincavam, corriam, jogavam bola.
Um sol ofuscante pairava bem acima dele.
Tadeu deu uma pequena olhadela para trás, diante de toda aquela movimentação.
Dentro da casa, seu computador, um cachorro, e um caderno o aguardavam.
Tadeu era menino de ficar só. Não gostava de mimos, tampouco toda aquela agitação de dias ensolarados.Preferia seu quarto, sua janela que dava pro beco da rua ao lado. Muitas coisas já vira por aquela janela.
Não era como os outros meninos de sua idade, não sabia o que era ter um amigo. Talvez o pobre do faísca servisse como um, mas o cachorro já estava muito velho e não duraria por muito tempo.
Estranhamente ele parecia não se importar com o fato, e o tratava como um simples saco de pulgas.
Tadeu era menino de rimas. Gostava de ficar horas a fio rabiscando coisas em seu caderno. Riscos, rasuras, riscos, rimas. Palavras.
Tadeu não sonhava com um futuro brilhante, nem pensava no dia de amanhã.
Tadeu talvez sonhasse em ser como os outros, caso contrário, porque estaria pensando se deveria ou não entrar em casa?

terça-feira, 18 de maio de 2010

.Por que?.

Por que tudo parece tão confuso, quando na verdade é tão simples?
Por que eu não sei nada da matéria se eu já li todos os capítulos?
Por que eu fico indecisa, quando na realidade já me decidi?

Por que tantos 'porquês' rondam a minha cabeça?
Por que todos vêm rodeados de 'não sei', 'talvez', 'mas e se..'?
Nesse momento to procurando o meu 'eu'.. aquele tão personagem do 1o post Talvez..
Aquele que faz de cada dia, um único. Que encena, narra, faz a comédia e o drama.
Aquele que se desfaz assim que acaba o dia, mas que renasce melhor e mais vivo no dia seguinte.

Aquele personagem, não procura palavras certas, não tem o dom da 'enrolação', tem o dom da metamorfose. Troca de pele como troca de roupa. Troca sentimentos como se houvesse feito uma piada.
Aquele 'eu' está em algum lugar.. no mais remoto esconderijo do meu próprio 'eu'.
O problema, mais uma vez é, onde encontrá-lo? Por que preciso dele?

Não sei me desvencilhar das próprias confusões que eu crio, não sei optar por um caminho simples, porque nenhum o parece..Espero respostas que não podem vir, sem que antes eu dê o primeiro passo.
Espero um primeiro passo, que não dei. Por medo? Dúvida? Indecisão.

Espero o dia de encontrar meu personagem, enquanto isso distraio minha sina.
Espero o dia da decisão, enquanto isso procuro palavras que não vem.
Quero mais respostas, mais decisões, mais calma de mim mesma.
Quero rir sem compromisso, quero viver, sem me importar com olhares estranhos me rondando.
Quero menos 'porquês' e mais decisões. Sem dúvidas e arrependimentos.
Quero a vida mais simples que conseguir criar, com todos os meus sonhos e meus atos.
E todos eles, vindos de belos 'porquês'.

sábado, 8 de maio de 2010

.Fato.

Olhos amendoados de uma cor castanha leve.
Cabelos ondulados como o de uma bela princesinha.
Mãos pequeninas e delicadas, trêmulas.
Nos olhos um certo pânico. Começavam a lacrimejar.
O coração apertado, dando fortes pulsadas sob a pele.
Na sua frente, uma visão que ela jamais iria esquecer.
Sua mãe. Seu pai? não estava mais ali.
Ela teria que ser forte, e sua mãe teria que ser pai.
Num abraço apertado ela sabia que viveria, que sobreviveria.
Que cuidaria de sua mãe por toda a vida.
Que não repetiria os mesmos erros que cometera com seu pai.
Com amor de mãe e amor de filha, viveriam juntas, para sempre.
Dentro do 'Seja eterno enquanto dure'.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

.Um tempo pra se Recordar.

Foi logo no primeiro dia que fiz amigos. Uma coisa tão dificil, pareceu de repente tão simples. Nada forçado, absolutamente, uma união natural, instinto de acolhimento, todo mundo no mesmo barco, descobrindo todas as sensações de uma vida fora de casa.
Foi assim que começaram meus primeiros dias da faculdade. O grupinho de biofísica, passou a ser o grupinho de estudo na biblioteca, o grupo da caminhada até o hospital. Somavam-se pessoas, eram as ídas a pizzaria e a broadway (rua famosa por seus bares). Resumia-se a um trio, eram os estudos na casa da Patty ou do Caio.
Varrer a casa, deixar tudo em ordem, lavar a calça branca que sujou com molho de macarrão no tanque. Tudo um cotidiano. De cada parte exalava ensinamentos, aprendizados.. um certo 'orgulho' de conseguir se virar sozinha.
Noites em claro estudando na bendita cadeira verde era a resposta pras olheiras, dores de cabeça e nas costas.. Se contrastavam entretanto, com as malditas notas vermelhas de propedêutica e bioquímica..
Choros de minha mãe ao telefone a cada viagem, momentos de desfazer as malas ouvindo fantástico na tv e o garoto de cima ao som de Razões e Emoções do Nx zero.
Ataques de riso sozinha vendo 'Toma lá da cá', e percebendo que o mesmo acontecia com o vizinho de cima.. dava pra escutar suas risadas do meu apartamento!
Explosões de microondas, tampar a cabeça com travesseiro ao acordar de madrugada ao som de Calipso, que inexplicávelmente advinha de um carro na garagem..
Uma só festa, duas provas finais. Uma só cidade, grandes amizades.
Um tempo cheio de sabor, de quero mais. Cheiro de mato. Visões de faroeste.
Esse tempo se foi e dele ficou só a realidade que dele existiu. A realidade de uma vida, que um dia, foi minha.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

.Pra ela.

Ela vive pensando...
A su não presta, nem pra avisar que tava fazendo um blog!
A su não presta, nem pra me chamar pra sair com ela e a manu!
A su não presta, nem pra fazer uma carta pra mim no meu niver!

Ela vive inventando...
Histórias pra por nas suas webs.
Fotos pra adicionar no fake.
Respostas pra me responder no forms.

Ela vive sabendo...
Dos meus micos, ou king kongs pela cidade.
Das minhas 'aventuras' nas boates da vida..
Das merdas, com consequentes reclamações da minha mãe.

Ela vive sendo...
A primeira melhor amiga que eu arranjei.
A primeira a saber de tudo.
A primeira a me aprensentar o TM *.*

Ela é...
A minha amiga de infância.
A pessoa com quem brinquei de boneca e falei horas ao telefone.
A que canta músicas via msn.

Ela é, e será sempre, a melhor das amigas, a Minha Amiga, Bianca.

domingo, 18 de abril de 2010

. Lições de uma manhã de Domingo (?) .

Hoje como quase todos os domingos, fui à missa da igreja em frente ao prédio. Por devoção? Talvez. Faço isso por uma promessa, assim como tantas outras.
Vivo tentando cumprí-las, mas quase sempre falho. Falharei domingo que vem e também na da coca-cola, mas isso não vem ao caso..
Tava eu sentada no banco, esperando a missa começar, e vejo todas aquelas crianças da catequese. Será que elas sabem o que estão fazendo ali? Será que foi escolha delas estarem ali? Ou foi mais uma obediência a ser dada aos pais, mais um dos compromissos, como escola, inglês, balé e tantos outros?
No meu tempo catequese era 'coisa séria', durava 1 ou 2 anos, minha mãe me obrigou a fazer, assim como a crisma. Eu não entendia porque estava ali ouvindo um monte de historinhas ao invés de estar em casa vendo desenhos. Tudo bem que tinham momentos engraçados, ainda que em plena missa, como nas versões cantadas de 'Pai Nosso' e 'Oração de São Francisco'.. O famoso 'Ri quando não podia'.
No tempo 'agora' as coisas não devem ter mudado tanto, exceto por eu não ver crianças rindo na missa. Talvez elas gostem de estar ali e se identifiquem com aquele mundo.
Será que alguém ali vai virar freira ou padre?
No final da missa percebo que todas aquelas crianças se dirigiam ao mundo das famosas historinhas. Será que elas acreditam? Eu acreditava, mas não me venha falar de Adão e Eva...

domingo, 11 de abril de 2010

.Sonhos.

Sonho em me formar e salvar vidas.
Sonho em não perder um paciente querido.
Sonho em cuidar de cada um como se fosse membro de minha família.
Sonho em ver sorrisos no rosto de uma criança.
Sonho com um 'muito obrigado'
Sonho com um 'ajude o meu filho'
Sonho em voltar pra casa, com sentimento de dever cumprido.
Sonho em ser recebida pelo meu cachorro, com uma carinhosa lambida de 'boas vindas!'

Sonho em fazer trilha numa fresca tarde de primavera.
Sonho em acampar para um show de rock.
Sonho em subir na Pedra da Gávea pra voar de Asa Delta.
Sonho com aventuras arriscadas, com a adrenalina no sangue.

Sonho em ter um apartamento num glorioso bairro da zona sul carioca.
Sonho em caminhar pelas praias toda manhã.
Sonho com um pôr do sol mais que perfeito.
Sonho em acordar sorrindo.
Sonho com um café da manhã de frente pro mar.
Sonho com uma brisa leve e uma rede a balançar.

Sonho em realizar os desejos de minha mãe.
Sonho em poder retribuir tudo o que já me foi dado.
Sonho com o famoso dia do 'Eu consegui!'.

sábado, 10 de abril de 2010

.Quem sou eu.

Por que meu blog não tem o tão famoso espaço do 'Quem sou eu'?
Já criei e apaguei várias vezes.. descobri que não sei me definir tão resumidamente.. nem se o sei fazer..
O que define uma pessoa? Seu caráter, sua personalidade, seu modo de se vestir, o modo de ver a vida ou dias malhando numa academia?
Não sei uma definição correta sobre mim, sei que minha história faz uma definição, meu jeito mostra a minha personalidade, e por aí vai..

Sou uma estudante de medicina, gosto de ler livros de mistérios, de filmes de suspense ou terror e não gosto de comédias românticas.
Sempre sinto preguiça antes de sair de casa, mas depois vejo como é bom ter saido.
Vou pro bar pra beber, conversar e jogar sinuca.
Vago na praia deserta a noite.
Já gritei no meio da rua.

Ando com pessoas que possuem criações de ratos e com outras que morrem de medo de cachorros.
Ando com pessoas erradas, e com as certinhas.
Ando com quem gosta de badalação e com os que curtem uma sessão da tarde.
Gosto de fazer de tudo e também gosto e fazer nada.
Me misturo no meio da multidão, vou em lugares estranhos, mas também vou ao mc donalds..
Já fui a um show de rock e também já fui a um show de Sandy & Junior..
Gosto do errado, mas também gosto do certo. Vivo lá e cá, experimentando o lado bom de tudo.
Não faço nada de errado, mas também não sirvo de exemplo pros evangélicos certinhos..
Não fazer nada errado, não significa ser certo.. Posso ser errada pra muitos, mas faço dos erros os acertos.

Já pintei o cabelo de roxo e já tive um piercing.
Sou uma pessoa quieta, na minha. Não sou do tipo que arruma briga por aí, tampouco a extravagante que chama atenção de todos.
Prefiro escutar do que falar. E por favor, não me mande apresentar seminários!
Me divirto, dou gargalhadas, choro de rir, gosto da zoação, sou irônica com coisas que não gosto..
Sou responsável, sei a hora de falar sério, sei a hora de ajudar e dar a mão.
Sei a hora do sim e do não, embora já os tenha trocado vez por outra por medo e insegurança.
Sei o que sou, e esse é o meu 'Quem sou eu'.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

.Reticências.


Eis a pessoa sem tempo de sempre.. Entretanto tenho mais tempo que qualquer outro.
Deveria estar estudando, colocando algum conteúdo dentro de algum lobo do cérebro..
E cá estou eu, retirando seu conteúdo..

Queria escrever exatamente o lobo do cérebro que deveria usar, mas tão pouco me recordo dessa aula..
Acho que tem a ver com...
Não resisti, peguei o caderno com resumos de neuroanatomia. Está lá, a memória recente é armazenada no hipocampo e na amigdala e depois transferida para o neocórtex de armazenamento permanente.
Tá vendo, deveria realmente estar estudando.. Isso foi matéria de período passado e já não me recordo mais, provavelmente da memória recente se dirigiu ao lixo mais próximo.

Enfim, tão sem tempo que sou, que faço tempo do não tempo, e assim crio um ciclo vicioso, um emaranhado de situações, compromissos, matérias, saídas....
E do tempo faço o meu tempo, com ou sem pausas, vai depender do tempo que me resta..
E assim rabisco mais e mais, sem me importar que os minutos passam, escutando sempre a mesma música que passa com o tempo e logo retorna ao mesmo refrão.

Afinal, nada mais são do que reticências.. reticências da vida.. que se constroem com o tempo, e se desfazem com a imaginação. E dessas reticências faço o meu ponto. E do ponto a interrogação: Eu não deveria estar estudando?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

.Velha Infância.

Tempo       viu         Tempo
Tempo     como        Tempo
Tempo          é            Tempo
Tempo     fácil           Tempo
Tempo     fazer          Tempo
Tempo        um             Tempo
Tempo      burro           Tempo
Tempo       falar            Tempo
Tempo         tanto              Tempo
Tempo         tempo            Tempo

Quem não se lembra dessa brincadeira?
Quem nunca a vez?
E as adoletas, as amarelinhas, os parquinhos..?
Quem nunca teve um infância p se recordar?

Eu lembro do dia que brinquei no corredor do prédio pela primeira vez.
Eu lembro do dia que meti a mão na terra molhada de um vaso.
Eu lembro do dia que dei banho na barbie pela primeira vez.
Eu lembro do dia que tocava a campanhia e corria.
Eu lembro do dia que brinquei de médica pela primeira vez.
Eu lembro dos piques, do polícia e ladrão, do jogo de carta e do jogo de damas.

Eu lembro do dia que não gostei da papinha de mamão com cenoura.
Eu lembro do dia que não queria tomar banho porque estava brincando.
Eu lembro do dia que não quis ir a escola pra ver meu desenho favorito.
Eu lembro do dia que não quis que meu pai me acompanhasse até a porta da escola.
Eu lembro do dia que não quis contar o que aconteceu na escola.
Lembro do dia que não quis contar o meu segredo.

Lembro da garota que jogava meu prendedor de cabelo no campinho deserto do outro lado da escola.
Lembro da minha amiga que chorou porque eu me atrasei pra primeira aula.
Lembro que jogava vôlei nas areias de Copacabana.
Lembro que batia no meu amigo.
Lembro que esse mesmo amigo, me chamou pra ir até uma escada e pediu pra namorar comigo.
Lembro que eu não aceitei.
Lembro que andava de bicicleta em frente ao prédio onde morava.
Lembro que derrubei minha amiga do meu colo e ela desmaiou.
Lembro que ela se mudou e eu quase não a vejo mais.

Lembro da primeira vez que sai a noite.
Lembro da primeira vez que desobedeci minha mãe.
Lembro da primeira vez que beijei um menino.
Lembro da primeira vez que bebi.
Lembro da primeira vez que tentei fumar.
Lembro da primeira vez que omiti alguma coisa.

Lembro de cada pensamento bobo.
Lembro de cada gesto bobo.
Lembro de cada fala pervertida.
Lembro de cada atração sentida.
Lembro de cada vontade, de cada desejo que guardei pra mim.
Lembro de todo meu auto-controle.

Lembro dos amigos que perdi, e dos amigos que conquistei.
Vou lembrar dos que ainda virão.

E agora eu me pergunto: fui feliz? Fui, muito! Porque em cada um desses momentos eu estava sorrindo, ou chorando.. de rir!
Eu vivi cada momento, do mais triste, ao mais feliz. do engraçado ao misterioso. E tirei conclusões. Aprendi.
E hoje? Hoje?! eu Cresci.


quinta-feira, 1 de abril de 2010

... - O Teatro Mágico

Quanta mudança alcança o nosso ser
Posso ser assim, daqui a pouco não.

Quanta mudança alcança nosso ser,
Posso ser assim daqui a pouco?

Se agregar não é segregar
Se agora for, foi-se a hora
Dispensar não é não pensar
Se saciou, foi-se embora

Quanta mudança..daqui a pouco...

Se lembrar não é celebrar
Dura-lhe a dor, quando aflora
Esquecer não é perdoar
Se consagrou, sangra agora

Tempo de dar colo, tempo de decolar
Tempo de dar colo, tempo de decolar

O que há é o que é
E o que será, nascerá
nasss...será?

Reciclar a palavra, o telhado e o porão
Reiventar tantas outras notas musicais
Escrever um pretexto, um prefácio e um refrão
Ser essência, muito mais
Ser essência, muito mais

A porta aberta, o porto, a casa, o caos, o cais

Se lembrar de celebrar muito mais
Se lembrar de celebrar muito mais

A paz, a ciência, a essência...
a poesia prevalece

                                           Fernando Anitelli

Não preciso dizer nada hoje. Acordei com vontade de ouvir, e ouvi.

terça-feira, 30 de março de 2010

.O Tempo.

Hoje acordei com vontade de escrever sobre a chuva. Mas passado um tempo surgiu o sol.
Poderia escrever sobre o sol, mas ele não precisa de textos com contextos, ele é ele e ponto.
Do que então eu falaria? Da música, do tempo, do ar.. Falaria do dia a dia, das surpresas, das mudanças..
Não sei, escrevo o que vem à cabeça, com lógica ou sem, criatividade zero!

Só sei que escrevendo se escreve, e assim vai surgindo mais uma crônica, mais uma batida, mais um ritmo. Um ritmo de música? não, um ritmo da vida.
As pausas nos fazem respirar, nos fazem pensar e repensar. Apagar? Não, nada se apaga, não existe uma borracha tamanho econômico. Só existe atitudes, ações, atos. E o pensamento, onde andará? Ele viaja, viaja com a letra da música que escuto, e está aqui. Inteiramente ou pela metade, mas está. Dividindo-se em mil, meu pensamento faz minha vida, e minha vida constrói meus pensamentos.

Cada dia é diferente do anterior, mas é igual. é igual na sua essência, nas suas virtudes, nas suas certezas.
Assim se vive a vida, e essa sou eu hoje.
Afinal do que eu falei? Me repeti e não disse nada?! talvez.. o que eu queria dizer eu não sei, mas disse. Disse a alguém, a mim, a você, a ninguém. Disse e está dito, não mais escreverei sobre o dito. O dito é passado e vivo o presente. Já vivi o passado, já chorei, já senti saudades. Hoje aprendi que o que vale é o presente e este nos é dado para que possamos aproveitar cada momento, até que ele vire um passado.

O presente existe? Não. Porque o presente que falo agora, já é passado, e o próximo presente ainda é futuro, e quando passa a presente tão logo vai para o passado. E o tempo passa. E nos passamos, nos vivemos. De passado? Mas quem vive de passado não é museu? Não, quem vive do passado é porque tem um motivo para vivê-lo, é porque faz do passado um ainda presente.

Só sei que vivo, uma mistura. Minha mente vive, ela viaja e com ela eu estou feliz.
E se não houvesse o tempo?! estaríamos estagnados num momento? no 'agora'? Não, quero tempestiar, vagar, agoratizar. Quero fazer de mim os momentos, quero fazer dos momentos um 'agora' especial. Quero lembrar, e poder relembrar. Quero viver.

É assim que se vive?

segunda-feira, 29 de março de 2010

.O teatro nosso de cada Dia.

A cada dia inventamos um novo personagem, não um fictício, mas um que existe dentro de nós.
E para ele, damos nosso suor, nossas angústias, nossas dúvidas.
Nele depositamos a esperança de cada dia, a força que precisamos e o brilho que está em nós.

Mas quem somos nós? Meros personagens?
Não, somos muitos, dentro de um só, somos dezenas, centenas, milhares..
E como escolher a máscara do dia? Como escolher a carapuça que nos serve?
Não escolhemos, apenas fazemos, e de nossos feitos, surge um personagem.

Um personagem que não é igual ao de ontem, e que não será igual ao de amanhã.
Um personagem que nem mesmo sabe que o é.
E ele vive. Vive sua peça. Encena, dramatiza.
Como ser único, enfatiza cada minuto de sua existência, e luta, e chora, e ama.
Mas no final do dia, o que será deste personagem?
No final do dia ele será aplaudido de pé? ou vaiado pelo público?
No final do dia estará ele satisfeito com sua encenação?
Afinal, ele é um personagem ou ele é 'eu'? E eu, sou ele?

Dramatizo a comédia, e faço do drama a comédia da vida, porque é assim que se vive.
E não mais que ontem, hoje sou eu. E amanhã também.
E não mais serei aquele personagem. Meu personagem não usa máscaras, tem a cara limpa.
Abusa, usa, ousa. E assim ele aprende. E me ensina. E com ele formo novas convicções.
Novos persongens talvez. Mas se acabei de dizer que personagem não serei mais.. estou me contradizendo?
Não, porque hoje sou apenas um personagem que resolveu não o ser.
Mas amanhã outro personagem virá, e este viverá. Viverá cada instante, sem saber que um dia fui eu. E sem saber que eu sou ele. E assim ele o fará, e ao final do dia, a cortina se fechará. E ele, voltará a ser nada mais que eu. Um eu sem ele, vivendo o teatro nosso de cada dia.