segunda-feira, 31 de maio de 2010

.-.

Tudo muda o tempo todo, no mundo.
Tudo muda o tempo todo, na minha vida.
Eu não sei o que exatamente estou querendo.
Estou tentado me encontrar, e acho que me perdi.
Criatividade zero.
Mil coisas pra estudar.
Mil coisas em que pensar.

Acho que vou ali, e não volto.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

.O menino que não era nada.

E era mais um dia de verão.. Tadeu estava ali, parado a porta.
Pensava se deveria ou não entrar. A sua volta crianças brincavam, corriam, jogavam bola.
Um sol ofuscante pairava bem acima dele.
Tadeu deu uma pequena olhadela para trás, diante de toda aquela movimentação.
Dentro da casa, seu computador, um cachorro, e um caderno o aguardavam.
Tadeu era menino de ficar só. Não gostava de mimos, tampouco toda aquela agitação de dias ensolarados.Preferia seu quarto, sua janela que dava pro beco da rua ao lado. Muitas coisas já vira por aquela janela.
Não era como os outros meninos de sua idade, não sabia o que era ter um amigo. Talvez o pobre do faísca servisse como um, mas o cachorro já estava muito velho e não duraria por muito tempo.
Estranhamente ele parecia não se importar com o fato, e o tratava como um simples saco de pulgas.
Tadeu era menino de rimas. Gostava de ficar horas a fio rabiscando coisas em seu caderno. Riscos, rasuras, riscos, rimas. Palavras.
Tadeu não sonhava com um futuro brilhante, nem pensava no dia de amanhã.
Tadeu talvez sonhasse em ser como os outros, caso contrário, porque estaria pensando se deveria ou não entrar em casa?

terça-feira, 18 de maio de 2010

.Por que?.

Por que tudo parece tão confuso, quando na verdade é tão simples?
Por que eu não sei nada da matéria se eu já li todos os capítulos?
Por que eu fico indecisa, quando na realidade já me decidi?

Por que tantos 'porquês' rondam a minha cabeça?
Por que todos vêm rodeados de 'não sei', 'talvez', 'mas e se..'?
Nesse momento to procurando o meu 'eu'.. aquele tão personagem do 1o post Talvez..
Aquele que faz de cada dia, um único. Que encena, narra, faz a comédia e o drama.
Aquele que se desfaz assim que acaba o dia, mas que renasce melhor e mais vivo no dia seguinte.

Aquele personagem, não procura palavras certas, não tem o dom da 'enrolação', tem o dom da metamorfose. Troca de pele como troca de roupa. Troca sentimentos como se houvesse feito uma piada.
Aquele 'eu' está em algum lugar.. no mais remoto esconderijo do meu próprio 'eu'.
O problema, mais uma vez é, onde encontrá-lo? Por que preciso dele?

Não sei me desvencilhar das próprias confusões que eu crio, não sei optar por um caminho simples, porque nenhum o parece..Espero respostas que não podem vir, sem que antes eu dê o primeiro passo.
Espero um primeiro passo, que não dei. Por medo? Dúvida? Indecisão.

Espero o dia de encontrar meu personagem, enquanto isso distraio minha sina.
Espero o dia da decisão, enquanto isso procuro palavras que não vem.
Quero mais respostas, mais decisões, mais calma de mim mesma.
Quero rir sem compromisso, quero viver, sem me importar com olhares estranhos me rondando.
Quero menos 'porquês' e mais decisões. Sem dúvidas e arrependimentos.
Quero a vida mais simples que conseguir criar, com todos os meus sonhos e meus atos.
E todos eles, vindos de belos 'porquês'.

sábado, 8 de maio de 2010

.Fato.

Olhos amendoados de uma cor castanha leve.
Cabelos ondulados como o de uma bela princesinha.
Mãos pequeninas e delicadas, trêmulas.
Nos olhos um certo pânico. Começavam a lacrimejar.
O coração apertado, dando fortes pulsadas sob a pele.
Na sua frente, uma visão que ela jamais iria esquecer.
Sua mãe. Seu pai? não estava mais ali.
Ela teria que ser forte, e sua mãe teria que ser pai.
Num abraço apertado ela sabia que viveria, que sobreviveria.
Que cuidaria de sua mãe por toda a vida.
Que não repetiria os mesmos erros que cometera com seu pai.
Com amor de mãe e amor de filha, viveriam juntas, para sempre.
Dentro do 'Seja eterno enquanto dure'.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

.Um tempo pra se Recordar.

Foi logo no primeiro dia que fiz amigos. Uma coisa tão dificil, pareceu de repente tão simples. Nada forçado, absolutamente, uma união natural, instinto de acolhimento, todo mundo no mesmo barco, descobrindo todas as sensações de uma vida fora de casa.
Foi assim que começaram meus primeiros dias da faculdade. O grupinho de biofísica, passou a ser o grupinho de estudo na biblioteca, o grupo da caminhada até o hospital. Somavam-se pessoas, eram as ídas a pizzaria e a broadway (rua famosa por seus bares). Resumia-se a um trio, eram os estudos na casa da Patty ou do Caio.
Varrer a casa, deixar tudo em ordem, lavar a calça branca que sujou com molho de macarrão no tanque. Tudo um cotidiano. De cada parte exalava ensinamentos, aprendizados.. um certo 'orgulho' de conseguir se virar sozinha.
Noites em claro estudando na bendita cadeira verde era a resposta pras olheiras, dores de cabeça e nas costas.. Se contrastavam entretanto, com as malditas notas vermelhas de propedêutica e bioquímica..
Choros de minha mãe ao telefone a cada viagem, momentos de desfazer as malas ouvindo fantástico na tv e o garoto de cima ao som de Razões e Emoções do Nx zero.
Ataques de riso sozinha vendo 'Toma lá da cá', e percebendo que o mesmo acontecia com o vizinho de cima.. dava pra escutar suas risadas do meu apartamento!
Explosões de microondas, tampar a cabeça com travesseiro ao acordar de madrugada ao som de Calipso, que inexplicávelmente advinha de um carro na garagem..
Uma só festa, duas provas finais. Uma só cidade, grandes amizades.
Um tempo cheio de sabor, de quero mais. Cheiro de mato. Visões de faroeste.
Esse tempo se foi e dele ficou só a realidade que dele existiu. A realidade de uma vida, que um dia, foi minha.